quarta-feira, janeiro 28, 2009

Estrada

Abriu a porta e os olhos apertaram. Há muito que galgavam navegantes em busca de um destino.
De todas as vezes em que o rumo lhe assomara acabara sempre assim…num qualquer porto onde poisar.
Porque insistia nessas rotas que maltratam? Quantas mágoas deixara nesses portos hoje ausentes?
Entrou…
Despediu-se do caminho. Vagueara invisível nesses trilhos que secaram o seu ser.
Não queria aquele nada de solidão à beira estrada.
Esperou…
Os olhos fecharam de saudade nas lembranças dos sonhos que desbotam deprimentes.
Ali, onde a porta se descobre dentro do seu ser, o tempo não aperta, mas suporta.
Sentou-se...
Desfaz-se da memória que não tem mais que antever.
Lá fora, onde o rumo se agrilhoa entre tormentas e correntes, ainda há quem persista no vazio e rume à estrada.