Onde estiveste? Ouvi a tua voz de criança perguntar-me do alto dos teus 5 anos, curiosa, ávida de tudo, com sede de saber.
Foste longe? Indagavas... o longe para ti apenas uma distância desconhecida entre o aqui e o distante.
Estás a ver, Inês? Foi ali que estive, até agora, quando me chamaste.
Na lua? O teu dedinho agitado apontava para aquela bola prateada cintilante no céu, os teus olhos verdes a crescer de perplexidade, inundados de desapontamento a espalhar-se na alma.
Para lá não quero ir, é escuro e não posso brincar. Disseste sorrateira. Os teus bracinhos pequenos, exploradores de histórias, viajantes de emoções, saltaram-me ao pescoço, cheios de ânsias e de esperanças. Para ti a lua, longínqua é difícil de alcançar e pode esperar.
É bom estares aqui agora... murmuraste antes de adormecer.
Peguei na tua mão, pequena, simples, curiosa, e sussurrei como se cantasse: espero que o teu mar apague da areia os passos que percorri na minha viagem pela lua, também a mim a lua já não seduz.
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