terça-feira, janeiro 16, 2007

Eterno

Amanheceu. O dia escorre em nevoeiro, desfaz-se em neblina num renascer constante, imutável que se espalha em átomos de milhões de sensações.
É um mundo a crescer, num novo dia, partículas que se agitam, ansiosas num novo olhar.
Não falo de mim, nem de ti, nem de ninguém, apenas do espaço, enorme, sideral, que se estende de nós à imensidão, respirando a cada pulsar de uma vontade.
Falo das estrelas, mapas de um céu distante nesse cosmos infinito, pedacinhos de luz morrendo em explosão.
E há a esperança, não minha, não tua, mas de alguém.
Algo pulsa distante nesse Universo infinito em que o nada existe.
Há um outro nível de vínculo, um pacto diferente que eterniza um fim.
Não sou, não és, não serei nem terás sido. No parecer continuo do tempo, há o circulo que criámos, onde nos reuniremos quando o mundo tiver horas.
E enquanto for noite no Universo onde moro e o escuro transbordar, galgando os dias, digo-te adeus e durmo em mim.

1 comentário:

José Cevada disse...

escreves de uma forma demasiado avassaladora para a maior parte te entender,e de forma suficientemente avassaladora para o que escreves ser eterno