terça-feira, novembro 23, 2010

Rendição

Entrego-me.
Fazer valer a pena a caminhada,
Deixar a solidão e a estrada.
Poisar no chão a minha história.
Deixar nos trilhos os meus passos.
Ser forte.
Erguer o rosto, não o coração.
Derrubar a resistência das palavras,
Alçar-me do silêncio que me veste.
Nunca, é a promessa.
Consumir-me nos lamentos que me assistem.
Ser forte.
Calar as vozes e a emoção.
Não abafar o que ajo, Enterrar a história.
Num esquecimento de memória, desaprender a estar aqui.
Ter coragem de estar em mim.
Deixar tocar o que se vê de mim. Ver, que falhou,
ter a aparência como companhia.
E na sabedoria desse toque,
Largar a minha mão da tua,
Ter como último retoque, o sufoco de ser livre.
Entregar-me.
Em brisa. Veres-me passar. Em ventania
Forte. Ultimo aviso.
Só dói no começo. O temporal, medes no fim.

3 comentários:

AvoGi disse...

huuuum gostaria eu de fazer poesia mas nao tenho jeito nenhum por isso contento-me a ler os verso dos poetas
kis :=)

izzie disse...

Não temos que ser fortes, neste mundo em que a aparência é companhia certa...

E nem os temporais, cujos estragos só vemos com a bonança, a inércia com brisa de morte, rompem todos os laços ou separam todas as mãos.

All my love,

José Cevada disse...

é isso que nos falta tantas vezes, "ter coragem de estar em mim", temos medo a nossa companhia, do silêncio, e não percebemos que sozinhos estamos sempre.., bonito texto;)
beijo