Hoje que em nós não há mais nada que duas mãos afastadas.
Agora que o silêncio não é mais que um lento desviar de cada dia. Cala a tua voz bem fundo e nada digas.
O que sinto não quer ser dito. Não é dor, nem tristeza, nem amor.
Hoje que em nós não há mais nada que as iras do coração que aqui descansa. Deposito docemente o meu silêncio sobre o solo. Também ele se cansou de amordaçar-se em temporal.
Quantas vezes disse que te amava? E gritava, pedindo-te perdão…
Agora que entre nós nada mais há que a espera, dou-te a minha voz, tão frágil e farta de agir em conspiração. Levemente, sem palavras, afasto os meus olhos dos teus desconhecidos.
Em silêncio, porque me dói falar tudo o que não digo. Se falo só te mato o coração.
Hoje que em nós não há mais nada que a mudez que asfixia, cala bem fundo essa voz e nada digas. Cansei-me de esperar no meio dos caminhos.
Desculpa ter cruzado, um dia, o teu caminho. Em silêncio peço-te perdão.
Afasto os teus olhos pelos meus tão visitados. Levemente, poiso no solo as iras do coração que aqui descansa. Não me dispas do silêncio que me veste! Prometo-te a palavra! A voz agita-se. Só por hoje, que em mim não há mais nada que o timbre em guarda, falar ainda me dói.
quarta-feira, março 11, 2009
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